Eurobarómetro 2024: A prevalência tabágica estagna na União Europeia
O Eurobarómetro anterior, publicado em fevereiro de 2021, indicava uma taxa de prevalência tabágica de 25% na União Europeia. Três anos depois, em 2024, essa taxa permanece praticamente a mesma, fixando-se em 24%, uma diferença de apenas um ponto percentual. Este resultado é preocupante, considerando a política da Comissão Europeia de combate aos novos produtos com nicotina, que, embora de risco reduzido, desencoraja os fumadores da União Europeia a mudar para alternativas menos nocivas, como os cigarros eletrónicos, quando o desmame tabágico com substitutos tradicionais falha.
O Eurobarómetro 2024 sugere que a Comissão Europeia não soube definir a prioridade certa, ao focar-se demasiado nos novos produtos com nicotina, especialmente os produtos de vaporização, em vez de reduzir a prevalência tabágica? Para entender isso, é necessário comparar a prevalência tabágica entre os diferentes países da União Europeia. A World Vapers’ Alliance fez isso num artigo publicado em 27 de junho. O resultado: existem grandes disparidades entre os Estados-Membros, e a prevalência tabágica agravou-se mais nos países com políticas mais restritivas em relação aos cigarros eletrónicos, que já proibiam certos aromas considerados demasiado atrativos na altura do inquérito.
A proibição de aromas parece aumentar a prevalência tabágica nos Estados-Membros que a aplicam
Na União Europeia, o recorde negativo de prevalência tabágica em 2024 é da Bulgária (37%, comparado com 38% em 2021), superando a Grécia, que liderava em 2021. A Grécia (36%, comparado com 42% em 2021) e a Croácia (35%, comparado com 36% em 2021) seguem de perto a Bulgária. Os Estados-Membros que melhor se saem em relação ao tabagismo continuam a ser a Suécia (8%, comparado com 7% em 2021) e os Países Baixos (11%, comparado com 12% em 2021).
Dados preocupantes surgem de países que já proibiam aromas de e-líquidos para cigarros eletrónicos no momento do inquérito. Notavelmente, a Estónia, o primeiro país a implementar essa proibição em 2019, viu a prevalência tabágica aumentar em 38,89% entre 2021 e 2024, apesar de manter uma das maiores taxas de vaporização na Europa. A Letónia, que proibiu os aromas em 2020, registou um aumento de 3,13%, e a Lituânia, que os baniu em 2022, registou um aumento de 3,57%.
Estes dados sugerem que a proibição de aromas pode aumentar a prevalência tabágica nos Estados-Membros que a aplicam, embora outras causas não possam ser excluídas. Será interessante observar o caso dos Países Baixos, que ainda permitiam todos os aromas em maio de 2023, mas que implementaram a proibição a partir de 1 de outubro de 2023, podendo apresentar consequências semelhantes no próximo Eurobarómetro.
Enquanto isso, a Letónia e a Dinamarca, apoiadas por uma coligação de outros Estados-Membros, incluindo a França, pressionam o Conselho Europeu para impor a sua posição, que aparenta ter consequências negativas, ao tentar proibir os aromas para cigarros eletrónicos a nível europeu.
Eurobarómetro 2024: Um objetivo sem fumo até 2040 inalcançável
A taxa de prevalência tabágica de 24% na União Europeia, apenas um ponto abaixo de 2021, indica estagnação em vez de uma verdadeira redução. Uma queda significativa seria necessária para atingir o objetivo de uma prevalência de tabagismo de no máximo 5% até 2040, como originalmente previsto pela União Europeia. Se a tendência atual continuar, a taxa de tabagismo não cairá abaixo de 5% antes de 2100, um atraso de 60 anos.
Michael Landl, diretor da World Vapers Alliance, considera a abordagem atual da União Europeia no combate ao tabagismo um fracasso, urgindo uma reavaliação, especialmente no que toca aos cigarros eletrónicos e à redução de danos, seguindo o exemplo da Suécia, que tem a menor prevalência tabágica da UE e aplica uma política de redução de riscos.
O caso particular da Suécia
O Eurobarómetro 2024 revela que apenas 1% dos inquiridos em França experimentaram saquetas de nicotina, comparado com 4% na União Europeia. No entanto, na Suécia, onde o snus (uma saqueta de tabaco húmido) faz parte da cultura há 200 anos, 26% dos suecos usam snus tradicional, e 20% experimentaram saquetas de nicotina pelo menos uma vez.
A Suécia, que obteve uma exceção à proibição do snus quando entrou na UE em 1995, tem uma prevalência tabágica três vezes inferior à média da UE e pode ser o único país a atingir o objetivo de menos de 5% de prevalência tabágica até 2024. Esta abordagem sueca tem mostrado resultados impressionantes na redução do tabagismo e das mortes relacionadas, sendo um exemplo de como a nicotina, quando consumida de forma menos prejudicial, pode ter um impacto positivo na saúde pública.
Produtos de risco reduzido não são atrativos
Apesar do exemplo sueco, a Comissão Europeia e muitos Estados-Membros continuam a aplicar políticas de saúde pública que combatem produtos de risco reduzido, incluindo os cigarros eletrónicos, devido ao receio de que estes produtos atraiam não-fumadores e os levem à dependência de nicotina e ao tabagismo.
No entanto, o Eurobarómetro 2024 revela que 92% dos europeus não estão atraídos pelo vaping, e entre os não-fumadores, apenas 5% encontram os produtos de vape atrativos, 3% os produtos de tabaco aquecido e 1% as saquetas de nicotina. Apenas 3% dos consumidores de nicotina começaram pelo vaping, contrastando com 82% que começaram com cigarros tradicionais.
Eurobarómetro 2024: Por que os europeus usam cigarros eletrónicos?
A principal razão apontada é para parar de fumar ou reduzir o tabagismo (36%), seguido pela percepção de que é menos nocivo que o tabaco (28%), razões financeiras (20%) e apenas 12% por acharem o vaping atraente.
A regulação dos aromas e o impacto no seio europeu
Se uma regulação europeia que limite os aromas dos e-líquidos ou taxe mais estes produtos for implementada, impactaria negativamente a maioria dos vapores europeus, sendo mais justificada em poucos países da UE. O Eurobarómetro 2024 sugere que uma regulamentação nacional é mais sensata, dada as disparidades de consumo entre os Estados-Membros.
O desmame tabágico com vape funciona?
Dos europeus que tentaram usar cigarros eletrónicos para parar de fumar, 44% afirmaram que ajudou a reduzir ou parar de fumar, e 21% conseguiram parar completamente. A percepção entre utilizadores e não-utilizadores é bastante diferente, com 80% dos ex-vapores conseguindo parar sem ajuda adicional.
Aumento no uso de cigarros eletrónicos e e-líquidos com nicotina
O Eurobarómetro 2024 mostra um aumento no uso de cigarros eletrónicos em 17 Estados-Membros, com a Estónia liderando (9%), seguida pela Lituânia (8%) e França (7%). A prevalência de vaping com e-líquidos de nicotina aumentou em 18 Estados-Membros, especialmente na Suécia, Países Baixos, Luxemburgo e Eslovénia.
Sistemas abertos vs. pods descartáveis
A maioria dos vapores europeus (89%) utiliza sistemas abertos, recarregáveis com e-líquido, comparado com 72% que preferem pods descartáveis. Esta preferência é mais acentuada em alguns países, como a Estónia, Suécia e Bélgica para puffs, enquanto sistemas abertos são mais populares na Grécia, Malta e Áustria.
Aromas preferidos dos vapores europeus
Os aromas frutados são os mais consumidos (48%), seguidos pelos clássicos (38%), mentolados (31%) e gourmets (20%). A Comissão Europeia considera alguns aromas problemáticos, mas a maioria dos consumidores europeus é favorável à sua utilização.
A divisão sobre a proibição de aromas no Eurobarómetro 2024
O Eurobarómetro 2024 mostra uma divisão significativa: 51% dos europeus são a favor da proibição de certos aromas, enquanto 49% são contra. Esta maioria favorável não é diretamente afetada, pois apenas 5% dos consumidores de nicotina consideram a medida benéfica para a sua saúde.
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